Shuma Gorath

EU ABRACEI A LATRINA

eu abracei a latrina da minha vida eu vomitei no vaso, 
pintei com sangue a tela em aquarela que escorria de meus pulsos, a dor tomentosa, dividida em prosa. morri na contramão de meus instintos atrapalhando meus anseios e os silêncios vorazmente querendo o barulho insolente dessa alma 
de repente, a batida, dois carros (meu coração e o seu) amassados nos postes da vida (desafios, emoções, dores, desilusões, desconstruções, demolições, desamores, desafetos) 
eu trafego ébrio numa via de mão única sem amores e esses dessabores, ah!!! são como vinho tinto, seco e encorpado, bruto, perfeito para saciar a minha sede dessa vida amarga.