Frank Vilar - Entrevista

Frank Vilar é recifense. Há anos escreve na internet, sob outros pseudônimos. Tem minicontos no site Cronópios (http://www.cronopios.com.br/site/prosa.asp?id=4208) e atualmente publica no tumblr (frankcharlesblog.tumblr.com) e na página do Facebook 'Revista Verminose'. Contato: fillw1@gmail.com


Quem é Frank?
R- Sou um cara que resolve afogar frustrações com um pouco de literatura. De vez em quando tento negar para mim mesmo que necessite fazer esse tipo de coisa, mas quando percebo estou repetindo o “erro”. Sou só isso.

Você escreve com pseudônimos, muitas vezes parece não fazer questão de se mostrar o autor da obra. Por que tanta vontade de ser anônimo? 
R - Já fui uma pessoa mais vaidosa. Creio que seja um pouco de vaidade e orgulho tomar uma obra como sua. Talvez seja medo de me responsabilizar pelos textos. A literatura é um lugar aonde vou me esconder, e lá posso ser qualquer coisa, principalmente ninguém.

Poucos autores se dedicam à poesia e à prosa. Muitos cravam a identidade em um estilo de escrita. Como é escrever ambos? Tem preferência? 
R - Já me disseram que o meu melhor texto está na prosa, no entanto eu gosto de experimentar uma voz poética e gosto bastante de variar o tipo de texto que produzo. Tem hora que prefiro escrever prosa, tem hora que a poesia me satisfaz.

Muito cinismo, melancolia, queixa, a poesia de hoje dá muito espaço para o que chamamos de poesia maldita e há sempre um romantismo original de pano de fundo. O poeta maldito é um poeta extremamente sensível. Você considera o espaço literário de hoje – e o mundo em si – um lugar de românticos frustrados?
R - Acho que quase todo mundo começa a se entender por gente com uma visão mais otimista das coisas. O tempo passa e os tapas-na-cara vão se acumulando. Se você faz questão de manter os olhos abertos, ou você encara o que está ao redor com deboche ou tenta ver o que há de bonito. Se bem que não sei responder se essas duas abordagens sejam antagônicas, necessariamente.

O poema “tudo” é um dos poemas mais românticos que eu já li. Cometendo um grave pecado literário, irresistivelmente eu pergunto: o que é um joelho de cinco segundos?
R- “Tudo” é um poema experimental. Não há sentimento algum por trás dele. Poema pelo poema.

Muitas vezes um poeta é um poeta como um teimoso é um teimoso, um entusiasmado é um entusiasmado, enfim: uma característica que vai se apoderando da gente. Pensando no que representa a poesia pra ti, ela mais te ajuda ou mais te afunda? Como seria o Frank sem a poesia?
R - Se eu for pensar na poesia como um item utilitário, creio que sirva para afogar umas frustrações aqui e ali, como eu disse anteriormente. Acho que é o mais me motiva a escrever. Não que isso precise estar no texto. É só um catalisador.

Há ambições literárias em ti? Há um lugar poético que o Frank quer chegar?
R - Não sei... Eu gosto de estudar um pouco de teoria, de conhecer grandes autores, mas sou um pouco difícil de colocar metas em qualquer coisa que eu faça. Literatura inclusa.

Algum trecho especial que é teu preferido na tua obra? Há algum pelo qual tu tenha um afeto maior?
R - Alguns contos que gosto de ler. Umas boas ideias, mesmo que mal executadas. Adoro ideias interessantes. Talvez seja essa minha maior vaidade na literatura. Ter escrito algo legal, olhar para trás e pensar “essa ideia é muito boa”.