Felipe Stefani

A CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Todo abismo está no ato,
sonhou o cantor do sono.

O mundo suporta teus ombros,
e eles não cabem nas mãos de um menino.

O breve é vasto,
diz o bailarino.

E não tenho dedos para tecer
dentro do corpo
os estigmas do vento,
a mudez das luas.

Vivemos da fome, da fuga,
do exílio.

O resto é a bruma
que resta do impossível.