Shuma Gorath

A SOLIDÃO

a solidão, o martírio
um texto, um colírio?
andar em briarcliff é como repousar
se encontrar consigo mesmo neste mar de dores, é sufocante,
enebriante deveria ser a existência, causando-nos a euforia alcoólica e que nos colocando fora de nossos sentidos físicos, nos permite encontrar sentido moral fora das cômodas falácias balbuciadas pelos loucos que ainda insistem em amar poetas e poetizas....
o que escrevemos, com cuidado e zelo, não se aproxima nem a 1% do que realmente sentimos,
nosso acordo gráfico, nosso baile entre as palavras, nossa vã filosofia, nossa música grotesca....nossos parenteses e reticências, uma milonga guiada por Nietszche

não mergulhe em minh'alma, não por eu ser raso demais,
mas porque ao fundo de tudo isso, há um iceberg e não pretendo congelar em minhas lembranças alguém a mais
não estou de passagem para colecionar tormentas
estou aqui para me livrar de amarras inconscientes
estou aqui para elucidar minhas distorcidas visões,
mundo cruel e sádico? quem nunca pensou isso?
mas quem estendeu um copo ou um sorriso quando o mundo se revoltou?

está tarde demais e meus demônios querem conversar comigo
talvez com um ou outro também seja assim
não sei, não posso mais me esmerar em ninguém, a caminhada é conjunta, mas a salvação e a danação solitária....
espero que no inferno tenham bom conhaque