Edson Valente

THE END

Enquanto não memória
Cama, lençol
e glândulas silenciosas
Excremento ardor entre as pernas
Não mais boas maneiras
Nem para os que batem à porta
Para chamar a noiva das promessas
Nunca pronta
Recusando as vozes do ventre
– suas pequenas não histórias
Ou o entra-e-sai fastidioso enquanto havia
Semente da perpetuação da miséria
E faculdades e contenção
No chá de enjoos com as visitas na sala
– No íntimo, sem testemunhas,
diálogos mancos –
a noiva mulher instrumento
para construir boas lembranças –
a roupa, o tanque, o vaso, água, húmus, flor, porta-retratos
negativas debruçada na banheira
afogamento esperança de um plano
...
Conta-gotas, colírio, agulha
O corpo castiga o abandono de
Quem o queria somente intenso ou
Devoção sobre-humana

Ah, mas então, ele que a desejou tanto e
Desumanamente
Que roa os ossos desmanchando em seus braços
Enquanto falando sozinho carrega o fardo para
Dar-lhe banho
...
A mão - Ele, a mão,
Única entidade sóbria
A empurrar para o abismo , – ato finalmente sincero –,
Objeto quebrado entregue enfim
Em cadeira de rodas.

Foto de Niki Aguirre.