Viktor Schuldtt

SEXUALIDADE FRAGILIZADA

Sexualidade fragilizada, teu nome, de ascender intumescendo, algo descarrilhado, trompas de explosão na sobriedade. 
Acena, convocada, impõe uma alma desde a mesa de lanches na qual se instalou após a viagem: sou pesado, a unha encravada, esquadrinho o saco de vagalumes e facas, te convencer de que vivo, há palavra sob o viaduto que nos encobre. 
Pensei dizer que já via sem conhecer, imagem de cabelos selváticos, mordendo os fios para me receber feito um urro lacrimejante sendo única
clareza no apartamento apagado, 
descortinava fugacidades nuas de pérolas - mas lembro da soberba irisada que me obrigava um delírio obscuro como ventre de flores, eram então os serpentários nos quadris cuja dor me escrevias como cartas imediatas, setas: fazer viver, fazer viver, não esquece que me deste a fragrância da morte (sabor de urina) quando gozamos tão violentamente, meu espasmo com pés de giganta chutando as paredes para vir à luz - maternal, pois de lábios, outro nascimento de silêncio: _ . 

Na imagem que tinha, fui Narciso; tiraste da caixa Nêmesis, a justa parcela de aprender cegar, tatear nos teus mamilos lactoses invisíveis, libido pura: meus demônios pra retirar, espinhos sem rosa mas sangue, um fígado deteriorado: fica este sonho, um retorno, tentar não ver de novo, porém

sais de corredores persecutórios como de um banho de rio. Cachoeira, crias das (e a partir de) nossas anemias - ela deve notar que dou meu comer, como, partícula que tirei de quando desenhei a lápis de nãos

uma comunhão, 

precisamente. Quero me lavar, pois obsessivo, e tua silhueta faz a curva. 

Talvez morras aí, és de cera, um pouco Ofélia, eu-arroio, horror vacui e a garganta aberta, carregando os tapetes, elevador de hotel, edredons turvos, o espelho onde permaneces, aquele café da manhã, queimo a língua então. Tão fraco - 

(ferida) a porta do quarto, incapaz de fechar.