Maurício Borba Filho

(LISBOA: 05.07.15)

na pequena manhã
sentes a antiga paixão
atravessar o silêncio
como um touro –

na pequena manhã, feitiço -
uma manada terrível
te apavora, te leva aos
olhos de casas antigas
onde não há nada a se fazer,
além de vestir-se o fogo.
chegado à calada das águas
vês o Tejo afogar o teu tesouro –
é tarde, feitiço: não há nada
possível contra o passado, contra
a coisa e o seu próprio peso.