Carlos Eduardo Marcos Bonfá

O POEMA PERFORMA

O poema performa,
Agora, nesta hora.
Não pretende seguir
À risca nenhuma norma
Nem nenhuma
Tão exata forma.
Ainda estima a rima,
E ri mais do que devia,
Às vezes; outras vezes
Não se conforma
Com o riso fácil,
Fazendo com que a dor
Perca qualquer pudor
E interfira na coreografia
Como nova dança,
Ou nova mescla,
Nova performance, leitura,
Nova versura,
Como se no corpo do poema
E no seu houvesse
Prazer na tortura.