Carlos Eduardo Marcos Bonfá

CORPO EXPANDIDO

Uma violência mística atinge o fundo do olho.
Bárbaros sacrificam o fundo do olho.
O regime de algum imaginário grita
Em seu olho tão incompreensível
Que você compreende como se compreendesse tudo.
Após a violência, uma exaustão
Se apodera do corpo, o expande,
E na expansão anula qualquer possibilidade
Que não seja anulação.
A água limpa o sangue,
Rosas cobrem o corpo de vermelho,
Flores atacam com delicadeza.
Margaridas, tulipas;
Mas o sangue das rosas
Defende seu império perfumado.
Também há conflito na delicadeza.
O corpo dorme, vermelho e calado.